Ah, como somos comedidos!
Acomodamo-nos, vãos, nos limites do concebido.
Somos bem educados, cultos, e ruge tanta fome
nos apetites fora do concedido.
Ah, como somos sob medida!
Sub metidos, hirtos, bem vestidos,
robôs impecáveis, ilusão de vida.
Ah, somos como os subvertidos,
introvertida soma de extrovertidos por pompa,
tinta, arroto ou brilhantina.
Filhos do instante, do entanto e do porém, somos através,
como os vidros,
mas opacos e pervertidos, sempre aquém.
Traçamos sinas e abstrações,
terçamos ódio finos, dissuadidos,
lãs de olvido e alucinações.
Sovamos os sidos, os vividos,
somos eiva, disfarce, diluição.
Somos somas a subtrações.
Artur da Távola
Acomodamo-nos, vãos, nos limites do concebido.
Somos bem educados, cultos, e ruge tanta fome
nos apetites fora do concedido.
Ah, como somos sob medida!
Sub metidos, hirtos, bem vestidos,
robôs impecáveis, ilusão de vida.
Ah, somos como os subvertidos,
introvertida soma de extrovertidos por pompa,
tinta, arroto ou brilhantina.
Filhos do instante, do entanto e do porém, somos através,
como os vidros,
mas opacos e pervertidos, sempre aquém.
Traçamos sinas e abstrações,
terçamos ódio finos, dissuadidos,
lãs de olvido e alucinações.
Sovamos os sidos, os vividos,
somos eiva, disfarce, diluição.
Somos somas a subtrações.
Artur da Távola
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